Vivo
presa. Vivo sufocada. Vivo desesperada.
Só
decimo segundo andar me dá a segurança que eu preciso. Assim que entro em casa
e a fechadura se tranca, respiro, e o sossego encontra-me. Aqui sim, bem do
alto consigo evitá-los.
Aqui
não me tocam, não me vêm. Estou fora do seu alcance.
É
a hora do dia na qual relaxo e supero o meu medo.
Nos
meus 35 de anos de vida, nunca este sentimento fora tão forte. Angustiante.
Começo
a sentir que estou no meu limite!
“Andreia
tens de ser forte! Aguenta-te!” – digo a mim mesma todos os dias.
Mas
não é fácil.
Basta
adormecer. E eles lá voltam. Nos meus sonhos, todos os dias, encarnam as mais
sombrias personagens. Seja noite, seja dia. Esteja só ou acompanhada. Eles
aparecem sem avisar e possuem-me!
É
insuportável viver assim!
Viver
no centro do mundo, na cidade que nunca dorme, na terra da oportunidade, nada
me diz. Esta cidade esta empestada deles e é quase impossível fugir-lhes. Quando
saio para o emprego, quando vou ao ginásio, na ida às compras, nunca evito um
encontro com um deles. Estão em todo o lado.
Este
medo esta a sufocar-me, está a enlouquecer-me. Não sei o que faça.
Será
que me devo mudar? Ignora-los é impossível. Destrui-los impensável.
Fugir
também não é a melhor solução. Quero conseguir vencer esta batalha.
A
cruel verdade é que esta cidade sucumbe-me, endoidece-me.
Estes
estão em todo o lado.
Espreitam
por entre os arranha-céus. Engolem os carros, abraçam as lojas. Controlam os
pedantes.
As
ruas paralelas, as ruas perpendiculares, os viadutos, tudo se cruza!
Tudo
se liga! Tudo se mistura,
Cruzamentos!
É impossível fugir-lhes!
Eles
estão em todo o lado!
Agirofobia.
Quem
tem, não deve, nunca, viver em Nova York.
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